quarta-feira, 4 de maio de 2011

Um homem arabe para chamar de seu - Deserto do Marrocos- Um amante berbere 6°parte - Relacionamento com homens arabes - cuidados



Espanha

A música do Sammy Davis Jr. enchia o Hall do Hotel, ainda que o som vinha de algum lugar bem discretamente.
Aquele cenário todo, aquela música, as pessoas, tudo aquilo me era familiar.
Eu tinha a impressao que já tinha vivido tudo aquilo.
O "hall" imenso e largo com o chao de granito, com desenhos geométricos, com variadas cores na pedra, bastante cuidada e brilhante, dava um ar sofisticado a entrada.
Móveis requintados, empregados bem uniformizados, tudo muito limpo e confortável.

Nao posso citar o Hotel, pois que Charles sempre o frequenta quando faz suas viagens, e eu nao estou autorizada a falar muito de sua vida, nem do Addi, a nao ser contar do tempo que nós nos conhecemos.

Voces certamente entenderao o porque mais adiante.
A portaria era imensa realmente, eu mesma adoro aposentos amplos, lugares imensos, com luz expansao e profundidade.
Os empregados bem alinhados e bastante disciplinados me tirou a impressao ruim das duas vezes que estive com os espanhois.
Mesmo minha irma, quando esteve em viagem a espanha (Madri) ficou muito desapontada com o tratamento, a recepcao, o servico do hotel, enfim, com tudo.
Nao era apenas eu que havia reclamado.
Aliás, mais de 2 vezes tive os desprazer de me relacionar com espanhois bastante brutos, arrogantes(atencao falo dos que encontrei)

Por falta de sorte, as que encontrei eram pessoas rudes, grosseiras, bastante arrogantes.
Mesmo assim, nao me deixei tomar por suas atitudes e generalizar como o todo do povo espanhol.
Nao tem sentido a gente pensar, que por causa de uns, todos sao o mesmo, impossível!
Eu, certamente e que estive com as pessoas erradas, ou melhor, entrou na minha vida os espanhois errados...
Que pena ! Mas, isso foi naquele tempo....

Bom, que importa mesmo e que eu estava ali, e naquele requintado Hotel, acompanhado de um grande homem de negócio, estava sendo tratada com muito respeito.

O que o dinheiro nao faz, nao é?

Somente o nome de Charles ja abriu um grande sorriso da recepcionista.
Ela com aquele porte, com aquela altivez se curva diante de pessoas com cargos altos, posicoes privilegiadas na sociedade.
Parecia que todos ao mesmo tempo foram programados a bajular e se encher de disposicao a certos nomes, a certas pessoas.
E o nome do Charles certamente acionava esse programa também (da bajulacao por causa do dinheiro).

Os empregados pareciam que já o conheciam há muito tempo.
Levaram as malas, o comprimentaram alegremente, um sorriso quase estilo "Bozo", ou coringa, sempre estampado nos lábios.

Os gerentes só nao o lamberam porque a língua devia já estar gasta de tanto lamber tanta gente rica, famosa e poderosa...

Logo apareceu um rapazinho

- Buenos dias Señor Charles - disse o pequeno espanhol de fala mansa, quando retirou uma das malas de suas maos.

- Hola Juan !¿cómo esta Juan
- I´m fine Mr. Charlie - (nao posso escrever o sobrenome dele)
.
Puedes
hablar Inglés con mi Señor, yo soy mejor cada día en mias lecciones
(bom nao sei bem espanhol)- acho que era mais ou menos isso.

Charles gentilmente afagou seus cabelos cacheados, cheios, rebeldes, dando a ele um ar bastante latino (acho alguns espanhóis tao parecidos com alguns árabes- cabelos fartos comos os arabes, olhos grandes e bem delineados, boca carnuda, muitos deles tem bastante ainda o "a" dos arabes latentes na sua pessoa física- bom eles possuem o sangue arabe neles tambem, nao é para menos, alias, quem nao possue sangue arabe na europa, mesmo nós brasileiros- os portugueses tambem já tinham sido invadidos pelos árabes e por outros povos, nao existe portugues puro, nenhuma raca, aliás nao existe essa de raca, isso foi manipulacao do sistema para nos dividir e nos separar, deixa quieto).

Depois avisou-o de mais malas no carro, sendo as minhas e outras malas que nao sei dizer o que eram, se eram coisas pessoais dele, se eram máquinas, sei lá...
Nao queria ficar olhando detalhadamente para as coisas dele, se fossem do Addi eu teria mais intimidade para olhá-las.

Claro, que se eu sentisse que tava correndo algum risco iria prestar atencao, mas, ate ali nao senti.
Observei depois, como todos gostavam dele por ali, os empregados mais simples, os subalternos, o adoravam.

Acho que Charles os tratava mais humanamente, sem arrogancia, e isso atraia a atencao daquelas pessoas famintas de serem respeitadas na sua humanidade, e nao serem tratadas por seus uniformes, ou suas funcoes.
Me senti muito bem de estar num local onde seria acolhida, e respeitada...ate o momento que pudéssemos decidir onde ir, se ainda iríamos para outra cidade ou se ficaríamos somente mais um dia e partiríamos para pegar o Ferry-Boats para Gibraltar.

Ainda nao sabia como seria minha viagem.
Lembro de Addi ter falado alguns nomes:
Algeciras, Tanger, Tarifa, ai ai ai, tantos nomes e nenhuma certeza do que eu iria fazer.
Iríamos com o carro do Charles, ele me colocaria num onibus, ou o que?

Como e quando iria ser, para qual lugar ?
Com Charles, sozinha, com outra pessoa??? deveria comecar a indagar ou esperar que me dissesse. Queria indagar sim, mas nao para Charles, queria questionar Addi.

Tantas dúvidas, por que tudo estava ficando cada vez mais difícil para eu entender?

Quando conversava com Addi na internet ele me parecia uma pessoa prática, simples, sem muita sofisticacao para certas coisas.

Mas agora, eu estava lidando com uma parte dele que desconhecia, a comecar pelos amigos.
Tambem, descobrir que ele frequentava lugares bastante sofisticados me deixou confusa.

Como podia?
A imagem que eu tinha de Addi era a de um jovem do deserto, filho de um pai Bérbere que vendia camelos e só...
Que mais eu sabia dele ?
Nao teria eu construido uma imagem de um garoto simples do deserto, nao seria algo que eu estava desejando que ele fosse, e se de repente ele fosse um mafioso, um bandido arabe?
Comecei a ficar com medo.....

Tentei me lembrar se havia feito o que eu sempre recomendo a todas, tentar possuir o máximo de informacoes da pessoa e do local que eu iria.
Como um filme, nossos diálogos, nosso tempo junto na internet cafe comecaram a passar na minha mente.
Nossos telefonemas, nossos sentimentos...
Lembrei dele falar dos camelos, deserto, mae, pai, familia, universidade, músicas, alguns lugares como Casablanca, Fez, Errachida, e outras que nao lembrava o nome, mas sabia que ele havia falado.
Nomes de alguns amigos...carro que gostava, viagens que ja tinha feito pro exterior....
Que mais ??? Sera que tinha eu tinha deixado passar alguma coisa?
Sera que minha intuicao dessa vez errou?
Seria Charles tao bom artista que conseguia esconder o seu mais vil caracter?
Quem eram eles, o que eu seria na vida deles?

Um certo tipo de inseguranca comecou a me envolver...
Por que um homem jovem, bonito, atraente como ele ficaria comigo?
Bom, se eu lembrar que muitos outros lindos homens árabes e europeus já sentiram atracao por mim achei normal, mas se tratando de árabes da países pobres logo fico desconfiada.

O problema nao era a beleza dele, mas o caráter...já conheci homens, rapazes alemaes de familia rica que se encantaram por mim, e se eu quisesse teríamos vivido uma linda história de amor
Nao sou do tipo que vou me inferiorizar e dizer-me:
-Hey, voce é muito baixa, ou está muito velha, ou isso ou aquilo...
Se a pessoa sentiu atracao por mim e por que ela quis e nao porque eu a forcei.

Dai me esforcei mais um pouco para tentar lembrar de nossos bate papos, ver se encontrava alguma coisa que escapou da minha intuicao...todos anos de experiencia com eles teria agora servido para nada, me perguntava ....

Queria lembrar do tom de voz e ver se alguma vez ele foi falso, ou soou falso e eu nao percebi.
Nao conseguia trazer nada na minha mente que tivesse escapado...
Sabe as vezes nós desejamos viver um caso com um homem que nos interessa, queremos tanto tanto, que fechamos os olhos para alguns detalhes, para os avisos de nossa intuicao feminina..

Mas eu sabia que podia ser vítima disso, por isso procurava ser sempre honesta comigo mesmo, sem tentar me enganar sobre as pessoas...

Já conheci um marroquino na Alemanha que só queria sexo comigo, mas falava de amor, mas eu só queria sexo com ele, e daí deixei tudo passar como verdade, pois no íntimo eu só queria ele para me sentir mulher...
Foi numa fase depois do divórcio, eu precisava me afirmar, me sentir como MULHER....
É uma loucura !
Um problema psicológico que muitas de nós pode passar após um casamento fracassado, ou uma separacao com muitas dores, ou abandono etc etc....
De um lado todo jogo feito pelo marido, uma separacao que sai jogada na lama, pro outro lado o homem que eu amei e fiz tudo para te-lo casou-se com outra e se foi...abandono, tristeza, maus tratos e assim por diante...diagnóstico perfeito de loucura!


Voltando ao Addi, pensei e pensei...
Por que ele estava fazendo tudo aquilo para ficar com alguém como eu?
Dai...comecei a me sentir feia, velha...queria achar uma desculpa para pensar o pior, e o negativismo me envolveu com vontade e eu desatei a chorar.
Subi rápido para meu quarto, sem deixar as pessoas perceberem que eu estava comecando a me descontrolar.
E se ele fosse uma ísca dos mafiosos de orgaos humanos, e ele atraia mulheres para vender?
Mas, por que pegar mulheres de tao longe, pagando viagens...
Amigo educado, gentil tendo atencao para comigo...

Chorei mais... até que fiquei fria, comecei a pensar e pensar, parecia uma máquina...
Cada hora um pensamento vinha parecendo dar a resposta ao anterior, mas logo eu via que ele estava com mais outras questoes, e assim eu fiquei por toda a noite...cheia de indagacoes!

Roí todas minhas unhas, tive tanto esforco para nao roe-las, ate encontrar com o Addi, e agora chegaria com uns cotoquinhos de unhas, que feias !!!

Peguei rápido meu alicate dentro da mala, e tentei consertar um pouco a feiura da coisa.
Sempre a mesma coisa, eu roía e depois ficava desesperada para deixá-las melhor...
Passei a lixa de unhas, tirei as peles, passei esmalte brilhante e deixei-as de lado...
Em tres dias teriam outro aspecto...nao estariam grandes, mas de novo já estariam com um ar mais decente...

Esse hábito que adquiri quando fui vítima de maus tratos me segue até os dias de hoje.
Tive uma época que o controlei atraves de um início de tratamento (de afirmacoes) mas parei-o porque entrei em estresse profundo, com o jogo que meu ex marido fez comigo em 2005 para conseguir um divórcio lucrativo para ele somente.

Dai que voltei com forca a roe-las.
Mas sempre há uma semana do mes que nao as como.
Se tento relaxar - fazendo exercícios de relaxamento, ouvindo músicas relaxantes e assim por diante, consigo normalmente esquece-las.
Isso foi o que fiz antes de viajar.
Me concentrei para encontrar minha paz interior antes de partir para Alemanha, e depois ir-me com Charles para Portugal, Espanha .....
Fiquei alguns dias em repouso, ouvindo as músicas de reiki, yoga, new age, sons da natureza e de animais.
Me alimentei de tudo de bom que nosso país oferece - as frutas mais saborosas e cheias de vitaminas, os legumes, raízes, nozes, chás...o que vocw imaginar que é saudável a um ser humano eu comi, e eu bebi...
Limpei meu intestino para estar bem diante dele.
Nao queria chegar intoxicada, ou inchada.
Passei dias me desintoxicando, me desinchando, tratando a pele, os cabelos, preparando roupas, ensaiando umas dancas, que eu nunca dancaria, mas sempre as ensaio...
Penso comigo mesmo que terei coragem de me soltar, e dancar para eles, mas depois fico tímida demais...

Limpei minha aura, minha alma, meu ser.
Fui no dentista, passei no gineco, no dermato, no Fleury, no Delboni, passei na minha médica preferida para saber precos de plásticas mesmo que nao as faria.
Fiz todos exames, comprei todos remédios que estava acostumada a usar caso ficasse doente, preparei a minha mala com paciencia e atencao de monge....
Nao queria falhar com nada, tinha que deixar minha marca como sempre, dessa vez seria num amor marroquino, num amante árabe, bérbere....
Sempre consegui ter muita harmonia na cama com homens árabes e nao seria dessa vez que dexaria algum deles, ou seja, o Addi desapontado.

Como sempre faco quando eu vou me encontrar com um homem que tenho interesse, possuo o meu ritual próprio...
O ritual pessoal de me encontrar e trazer a tona a minha porcao mulher "deusa", a rainha Fri.
Para me fazer o mais sensual, ativa, brilhante e majestosa para ele....para estar com meu corpo, alma, e mente em harmonia.
Assim tambem tornarei a porcao deus, rei deletambem ativa, e para sempre marcada com a minha porcao.

Meu semblante estava pacífico, eu toda estava serena, me fiz suave para o dia que nos encontrasse...e agora isso !
Agora estava perdendo meu equilíbrio interior por causa dos pensamentos.

Eu toda nervosa, com medo - estragaria tudo, quando ele me encontrasse veria uma "Fri lixo" ... uma porcao mulher lixo...
Nao era isso que eu queria...nao era.

Se Addi fosse o que eu sabia, ou que eu queria que ele fosse, queria que nós dois vivessemos grandes momentos juntos no Marrocos.
Afinal, ele mesmo me ajudou a transpor as barreiras do meu moralismo, das minhas incertezas, entao...eu nao podia voltar atrás.

Addi me ajudou quebrar as barreiras que me impedia de ser feliz com um homem mais jovem, com um homem que queria ser feliz com uma mulher que ama ser mulher, que ama estar com um homem, que ama viver o amor, entao por que eu agora me entregaria as dúvidas.

Tentei recuperara minha paz, busquei a Fri pacífica, cheia de amor que sou...
Disse a mim mesma
- Pensamentos sao perigosos, eles geram medos, nao os impeca de virem, mas nao se atente a eles...deixe os vir, deixe-os partir, se apegue ao nada, se apegue a sua paz interior para que possa receber as respostas do seu Eu.

telefone tocou

A portaria me avisava que Sr. Charles me aguardava no restaurante do Hotel para jantarmos.
Agradeci ao funcionário e desliguei. Peguei meu celular e liguei pro Charles.




- Hi Charles, are u ok?
(Oi Charles, voce tá bem?)
-Yes, but I think you re not, right. (sim, mas eu penso que voce nao está, nao é?)

-Yes..Im not..but dont worry, is nothing serious, only a soft headache
(sim...eu nao estou, mas nao se preocupe, nao é nada sério, somente uma leve dor de cabeca)

Charles sorriu, com certeza pela minha expressao, soft headache....

- Charles, sorry to let you eat alone, but Im not a good company to dinner
(Charles, me desculpe em deixar voce comer sozinho, mas eu nao sou boa companhia para jantar)

- No problem, try to rest, tomorrow we talk... if you need something call me
(nao tem problema, tente descansar, amanha nos falamos...se precisar de alguma coisa me chame)

Nos despedimos e eu mais uma vez tentei capturar na nossa conversa se eu conseguia pegar algo de negativo ou perigoso daquele homem... Nada, dentro de mim tudo me dizia que nao havia perigo...so dúvidas, mas nao perigo...

Antes de dormi pedi ao meu Eu que me desse respostas...e relaxei ate dormir em paz..

Continua....

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