terça-feira, 26 de julho de 2011

Um Homem árabe pra chamar de seu, Um amante Bérbere- Fri and Addi - Parte 36° - " " Addi e Fri - Memorias - Jim o verdadeiro amigo

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Memorias do Marrocos

Marrocos - voltando ao passado!


Manha cedo, muito cedo, ouvimos um barulho estranho e acordamos.
Quase 6:00 horas, manha bem cedinho!
Cheiro do mar estava explendido, o frescor da manha convidativo, calmante,mas o barulho nos intrigou.
Addi vestiu seu roupao e abriu a imensa janela do nosso quarto que dava pra varanda, de lá ele podia visualizar melhor de onde veio o barulho.

-Addi, do you think came from ocean?
(Addi, voce acha que veio do mar?)
-No Habibi, I dont know...I go outside to see.
(Nao querida, nao sei, eu vou lá fora para ver)
-No, please Addi, and if is one bandid?
-(Nao Addi, por favor, e se for um bandido?)
-Fri, here we dont have bandits, dont worry honey, be here and wait me.
( Fri, aqui nao temos bandidos, nao se preocupe, eu estarei aqui me espera)

E quando ele foi para fora averiguar eu o segui até onde minha vista permitiu, depois entrei.
Fiquei apreensiva dentro do quarto, as vezes indo a varanda para tentar ver onde ele estava, se escutava algum barulho.
O que ouvi de repente foram vozes masculinas, nao vinha da frente, vinha da parte da lateral esquerda de nossa casa.
Quem poderia ser aquela hora da manha?

Vesti meu penoir preto que ele me presenteou no dia que decidimos viajar por algumas cidades em que iriamos visitar alguns parentes, e depois conhecer outras partes do Marrocos.
Era um penoir sofisticado e sensual, tinha um caimento perfeito, no corpo parecia esvoacar quando eu me movimentava, o tecido era bastante fino, delicado, na parte debaixo havia uma espécie de plumagem, em toda volta da barra e tambem nas mangas.

Por baixo havia a peca que completava o conjunto, eu usava para dormir, na frente tinha uma renda francesa com pequenos strass e rosinhas pequenas bordadas, atrás era todo cruzado até a parte debaixo, também havia um fecho de perolas delicadas que dava um caimento muito feminino nas costas. Uma peca linda, delicada e com um corte de primeira.

Meu sapatinho preto princesa, que eu sempre gostei, agora eu tinha outro, devem se lembrar do meu sapatinho princesa branco, pois é, junto com esse conjunto veio o preto, exatamente como eu gosto, com pelinhos combinando com o penoir.

Ele tinha também me presenteado com alguns sapatinhos de casa, que usamos com camisolas, no estilo arabe, ou marroquino, nao sei dizer ao certo do que era, mas era oriental.
Eles sao lindos, bordados, trabalhados, alguns com brilhos, micangas, eu amava todos eles, nao pelo luxo das pecas, mas porque foi ele quem escolheu, que visualizou-me usando-os, sentindo o conforto de suas formas nos meus pequenos pés.

Meu querido o comprou junto com outras pecas, era para ser usado quando estivéssemos nos momentos mais romanticos de nossa viagem.
Addi tinha um bom gosto para escolher minhas pecas íntimas, comprava-os na medida exata. Hoje em dia sei que ele conseguiu saber do meu manequim pela irma, mas mesmo assim, mesmo que alguém nos diga qual "tamanho, e cor que gosta" é dificil acertarmos tao precisamente como ele fazia.

Ele dizia que o amor o fazia conhecer meu corpo, minhas medidas e desejos antes mesmo de conhecer-me, pois afinal ele tinha alimentado esse amor, dedicou-se a ele com todo o coracao, sim, ele teve uma imensa dedicacao - dedicacao ao amor que sentiu por mim desde o primeiro momento que me viu.

Quando me viu pela foto, nao sabia se eu era alta, gorda, baixa, ele tinha me visto com o hijab, se prendeu nos meus olhos, dizia-me ter visto minha alma.
Ele tinha tanta sensibilidade que conseguiu sentir minha alma além do meu olhar.
Somente depois conseguiu ver mais fotos.

Se eu pudesse escrever com exatidao os poemas que recitou para mim, todos seus próprios poemas, escritos nos momentos mais intensos de seu amor por mim.
Poemas que me emocionavam, me tocavam, que imprimiram na minha alma a sua eterna e amavel presenca para toda minha vida.

O amor o manteve seguro para me conquistar, ele teve a seguranca que precisava para desenvolver todo seu plano de conquista, pois seu coracao sabia que agindo pelo amor, nao poderia haver crime nenhum em se dedicar a conquistar a mulher amada, ainda que ele nunca tinha me conhecido de perto, e que nao soubesse muito sobre mim.

Quando nos dias de hoje vemos as pessoas se dedicarem aos que amam com dedicacao verdadeira, sem vergonha, sem interesses?

Pois ele ainda manteve a essencia verdadeira do amor, da uniao mais bela que mantem um homem e uma mulher na energia do amor sincero e puro.
Que eu saiba que alguns jovens estao consumidos pela manipulacao do sistema, que distorceu os sentimentos, as relacoes, que desvalorizou o que antes era belo, que desfigurou o amor, eu posso entender...mas e os homens da minha idade, por que nao sabem mais amar como antigamente?

Os homens mais velhos, da minha idade ou mais velhos nao sabem mais amar como Addi me amou. Nao conhecem mais o que é amar de verdade..amar por amar!!

Os homens da minha idade se adaptaram as loucuras e irregularidades dos relacionamentos relampagos, temporários, convenientes, interesseiros dos tempos atuais.

E assim, quem poderia me dizer que eu, mesmo nesse mundo caotico e pertubado em que estamos vivendo atualmente, conseguiria viver um verdadeiro amor, daqueles que so podemos ter certeza que existiu nos tempos antigos, onde os valores morais, e os relacionamentos eram recheados de alegria, vivacidade, ternura e carinho, recheado de vontade sincera e respeitosa. Um tempo que homens respeitavam as mulheres e elas a eles.

Quando homens e mulheres se amavam para formar uma familia, construir uma vida de felicidade para ambos vivenciarem essa experiencia unica, a experiencia de conhecer o amor em toda sua plenitude.

-Fri, Habib look who are here! (Fri, querida olha quem está aqui)

Eu olhei mas nao reconheci. Addi sabia que eu nao reconheceria, e por isso nos apresentou.

-Fri, this is my friend Amir, he is a cientist! a crazy one !
(Fri, este é meu amigo Amir, ele é um cientista, um cientista maluco!)

Ele tinha dirigido a noite toda, esperava chegar mais ou menos as 8 horas, mas por nao ter pego muito transito acabou chegando mais cedo, decidiu nao nos acordar, e tentou estacionar na lateral da casa e esperar até manha cedo.
Mas, o pneu do carro estourou, e por isso ouvimos o barulho estranho.
Era para ser uma grande surpresa pro Addi, mas o pneu estragou tudo.
Por causa dos estudos do Amir, fazia um bom tempo que os dois nao se viam, Addi tinha planejado viajar e visitar os amigos assim que nos casassemos...lembrei que ele já tinha falado por cima dos 4 amigos mais chegados que ele tinha desde a infancia.

Os passarinhos já cantavam alegrando o nascer do dia, o céu se azulava escandalosamente, com certeza seria um belo dia.
O cheiro do cafe e cha já se misturavam na cozinha, Nazira com certeza já estava a postos preparando o nosso cafe da manha.

Amir era um rapaz simpatico, bonito, alegre, sorria muito, para um cientista ele era muito alegre mesmo...cabelos cacheados rebeldes, oculos, é um barba ralinha, daquelas de quem nao teve tempo nos ultimos dias de se barbear.
Falava mais de 9 línguas, era muito inteligente...falou comigo um pouco em portugues, podia também o latim.

E enquanto tomavámos café eu os escutava, e foi nesse dia que descobri da grande amizade que unia Addi e Jim.
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Marrocos -
Addi e Jim quando criancas

Marrocos - numa praia em que a familia de ambos se encontravam.

A família do Jim e do Addi as vezes se encontravam para celebrar a amizade sólida que mantinha as familias desde muitos anos unidas.
Jim e Addi quase da mesma idade, aproveitavam o máximo que podiam para brincar quando se encontravam.
Nunca brigaram, o que é dificil entre criancas, mas os dois sempre foram tao unidos que se entendiam perfeitamente.

Nos veroes era garantido que se encontrariam na praia...ou do Marrocos ou de algum outro país.
Muitas vezes os pais permitiam que seus motoristas levassem as criancas acompanhadas de suas respectivas babas para se encontrarem.
Brincavam horas e horas sem cansar...os pais se alegravam por essa amizade sincera que unia os dois desde tao cedo.

Mas, o que os tornou mais ainda unidos foi naquele dia de um verao muito quente.
Ambos brincavam contentes, jogavam areia, montavam castelos, criavam mundos de areias....catavam conchas, achavam peixinhos e bichinhos que vivos foram jogados pelo mar na areia, e eles os levavam de volta a agua.

Nesse dia decidiram olhar mais perto das rochas o que o mar poderia ter trazido de diferente...e sem os pais perceberem foram se afastando.

Cheios de curiosidade foram entrando pela rochas, subiam e desciam rochas escorregadias, Addi cortava os pés nos moluscos que se prendiam nas rochas, os dois se enganchavam em coisas que os assustavam...e nem isso os deteve....continuaram a explorar aquele territorio coberto de coisas interessantes aos olhos infantis....

Pensavam já serem bastante adultos, auto-suficientes, podiam se cuidar sozinhos, por que nao, sempre viveram no mar, no deserto, sempre em contato com a vida e a natureza- pensavam e sentiam que podiam controlar tudo que encontravam, imaginacao infantil.

Mas, naquele dia.... houve algo diferente que podia ter um final muito trágico...
Houve um acidente que quase fulminou com a vida de um deles, mas a ma sorte nao teve sucesso no seu desfecho pois que Addi, ainda que era só um garotinho, já tinha a essencia de auxiliar e cuidar das pessoas, de proteger a vida, a natureza, desde tenra idade ja possuia uma personalidade linda e formada dentro dos melhores valores e sentimentos...

Quando exploravam as rochas, mas ja com a mare subindo, Jim escorregou na rocha e caiu, a forca da agua o puxou e ele se debatendo sentiu sua perna ficar presa numa das rochas.
Addi poderia ir em busca de ajuda, mas pensou rapido, pois a mare estava a subir.
Talvez nao fosse tempo suficiente e seu amigo sucumbiria as aguas e morreria.

Ele mergulhou e durante alguns minutos embaixo d´agua tentou libertar a perna de Jim, depois com esperteza demais para sua idade, retirou seu tenis, ja que sua mae sempre teve medo dele se corta quando os dois brincavam nas rochas, ele usava tenis na praia...

Addi retirou o tenis, e percebeu que o tenis e que fazia volume e ao retira-lo o pé do Jim pode se mover e se libertar...ele trouxe o amigo ate a beirada livre das rochas, e depois que se certificou que ele estava bem, saiu correndo e gritando por ajuda dos pais...

Esse foi o epsódio que uniu os dois por toda a vida, e tornando a amizade de infancia, que ja era tao linda, mais duradoura ainda...uma amizade para além da eternidade.
Tenho certeza que Addi nao falta so a mim, muitos por ele chorarao por muitos anos, mas Jim e eu sentiremos sua falta para sempre.

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Sua essencia, seu jeito de ser, sua humanidade estará conosco por todo sempre Addi!
Com amor❤•.¸(¯♥¯)

FRI

Continua...

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